No seu livro, Por que tantos homens incompetentes se tornam líderes? (E como consertar isso), Tomas Chamorro-Premuzic explora o fenômeno preocupante de homens incompetentes ascendendo a posições de liderança, muitas vezes caracterizados por comportamentos de bullying. A pergunta é por que as empresas continuam a contratar esses líderes e os problemas sistêmicos que perpetuam esse ciclo.
Atração da Autoconfiança em vez da Competência
Uma das principais razões pelas quais as empresas contratam chefes bully é a ideia equivocada de que autoconfiança equivale a competência. Chamorro-Premuzic argumenta que as organizações frequentemente confundem autoconfiança e carisma com potencial de liderança. Esse erro de julgamento leva à seleção de líderes que podem parecer assertivos e decisivos, mas carecem das habilidades e inteligência emocional necessárias para promover um ambiente de trabalho saudável.
Pontos Chave:
· Confiança vs. Competência: Muitos processos de contratação priorizam candidatos que projetam autoconfiança, independentemente de suas reais habilidades. Isso resulta em líderes que podem estar mais preocupados com sua imagem do que com a gestão eficaz da equipe.
· Papel do Narcisismo: Indivíduos narcisistas são frequentemente atraídos para cargos de liderança devido ao seu charme e capacidade de cativar o público. No entanto, sua falta de empatia e autoconsciência frequentemente leva a culturas de trabalho tóxicas.
Problemas Sistêmicos na Seleção de Líderes
As falhas sistêmicas em como as organizações selecionam líderes contribuem significativamente para a prevalência de chefes bully. As empresas tendem a recompensar traços associados à masculinidade tradicional, como agressividade e domínio, enquanto subestimam qualidades como humildade e integridade, que são essenciais para uma liderança eficaz.
Fatores Subjacentes:
· Normas Culturais: Muitas culturas corporativas celebram comportamentos agressivos como um sinal de força, promovendo inadvertidamente o bullying como um estilo de liderança.
· Preconceito de Gênero: Mulheres, que muitas vezes exibem estilos de liderança mais colaborativos e empáticos, enfrentam barreiras que as impedem de avançar para cargos de liderança. Esse preconceito não apenas limita a diversidade, mas também reforça o ciclo de contratação de líderes masculinos incompetentes.
O Impacto na Saúde Organizacional
As consequências da contratação de chefes bully vão além dos funcionários individuais; podem impactar severamente a saúde organizacional. Líderes incompetentes contribuem para baixo engajamento dos funcionários, altas taxas de rotatividade e níveis elevados de estresse e burnout entre a equipe.
Consequências:
· Diminuição da Produtividade: Funcionários sob liderança bullying frequentemente se sentem desmotivados, desengajados, levando à redução da produtividade e criatividade.
· Altas Taxas de Rotatividade: Um ambiente de trabalho tóxico afasta talentos, forçando as organizações a investir continuamente em recrutamento e treinamento em vez de desenvolver os talentos existentes.
Soluções para Mudança
Para combater a tendência de contratar chefes bully, as organizações devem reavaliar seus critérios de seleção de liderança. Chamorro-Premuzic propõe várias estratégias:
1.Focar na Competência: Mudar o foco do carisma e autoconfiança para habilidades reais e inteligência emocional durante o processo de contratação.
2. Implementar Avaliações Abrangentes: Utilizar avaliações psicométricas, assessments de competências organizacionais de líderes (360) e times e de inteligência emocional que avaliem as habilidades relevantes dos candidatos para o contexto atual de negócios, além das características superficiais.
3. Incentivar Estilos Diversos de Liderança: Promover uma cultura inclusiva que valorize diferentes abordagens de liderança, especialmente aquelas que enfatizam colaboração e integridade.
Ao implementar essas mudanças, as empresas podem criar um ambiente mais equitativo que promove uma liderança eficaz e reduz a prevalência de chefes bullying.
Considerações finais
A persistência de homens incompetentes em cargos de liderança é uma questão cheia de nuances enraizada em normas sociais e processos seletivos falhos. Ao reconhecer os efeitos prejudiciais da priorização da autoconfiança em detrimento da competência e abordar preconceitos sistêmicos, as organizações podem abrir caminho para uma nova geração de líderes inspiradores que incorporam humildade, integridade e genuíno cuidado por suas equipes. Essa mudança não apenas beneficia os colaboradores individuais, mas também melhora o desempenho organizacional geral.
by Carlos Aldan
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