O recente artigo publicado pela Exame Carreira em 11 de outubro de 2023 lançou uma luz crucial sobre uma pandemia silenciosa que está devastando a força de trabalho moderna: a crise de saúde mental. Os insights derivados do “Mental State of the World Report” pelo Mental Health Million Project são nada menos que alarmantes, indicando uma tempestade perfeita de desengajamento no local de trabalho e bem-estar mental em declínio.

No cerne desta crise está o Brasil, um país que ostenta um preocupante Quociente Médio de Saúde Mental de 52.9, classificando-se em um distante 62º lugar entre 64 países. A pesquisa, que envolveu 407.959 pessoas em 64 países, incluindo o Brasil, revelou que 27% dos entrevistados estão lutando com problemas de saúde mental, enquanto um meros 38% estão prosperando. Esta situação alarmante é exacerbada por relações familiares desgastadas e um aumento na instabilidade e conflito familiar, apesar do aumento do apoio material dos pais.

Estas estatísticas sombrias servem como um barômetro da saúde societal, indicando falhas sistêmicas nas estruturas que sustentam nossas vidas profissionais e pessoais. A era do capitalismo industrial ficou para trás, mas a maioria das práticas gerenciais e modelos mentais de liderança permanece enraizada nessa era ultrapassada. A realidade é que estamos navegando em um mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), impulsionado pela revolução tecnológica exponencial e movimentos societários complexos como ESG (Ambiental, Social e Governança), Great Resignation, Me Too, entre outros.

Diante desse cenário turbulento, é imperativo que os líderes empresariais se reinventem. Não é mais suficiente ser apenas um expert no setor ou um competente gestor de negócios. Os líderes de hoje e de amanhã precisam ser inspiradores, adaptáveis, transformacionais e ter habilidades de coaching. Eles devem ser capazes de fornecer autocuidado e apoio emocional, tolerar incertezas e ambiguidades, e promover a diversidade, inclusão e um sentimento de pertencimento.

Central para essa evolução necessária na liderança é a inteligência emocional, uma competência surpreendentemente ausente não apenas no currículo das escolas, mas também nas práticas de treinamento corporativo. A pesquisa do Infojobs ressalta essa deficiência, com 86% dos profissionais prontos para mudar de emprego em busca de melhor saúde mental e mais satisfação no trabalho. Infelizmente, muitos funcionários sentem que suas empresas não estão equipadas para lidar com sua saúde mental, e a maioria das iniciativas de saúde mental no local de trabalho é insuficiente ou inexistente.

É evidente que uma abordagem de “desempenho a qualquer custo” está nos levando a níveis insustentáveis de desengajamento no trabalho e de transtornos mentais. A saúde mental e as relações sociais não são mais questões que podem ser relegadas ao segundo plano, mas devem ser consideradas prioritárias se quisermos reverter esse quadro sombrio.

A solução exige uma transformação holística das práticas de trabalho e liderança, algo que programas como os de Upskilling de Liderança da Kronberg estão diretamente abordando. Esses programas inovadores preparam líderes para liderar iniciativas de saúde mental internamente, equipando-os com estratégias e ferramentas necessárias para fomentar um ambiente de trabalho mais saudável e resiliente.

A Kronberg e sua empresa irmã Way Minder, oferecem intervenções validadas cientificamente que fortalecem a resiliência emocional da força de trabalho, protegendo a saúde mental de maneira proativa.

Um elemento crucial dessa iniciativa é a incorporação da tecnologia, como a IA Ellis, da Way Minder, sob a liderança de Deivison Pedrosa e Rodrigo Zoglio, que é imbuída de mais de duas décadas de conhecimento em neurociência, psicologia positiva e inteligência emocional. Ellis está disponível 24/7, fornecendo suporte contínuo e insights para auxiliar os clientes a navegar pelos desafios da saúde mental.

Além disso, Way Minder, oferece instrumentos de medição de saúde mental que avaliam o bem-estar dos funcionários antes e depois da participação em jornadas de saúde mental, garantindo que as intervenções sejam eficazes e adaptadas às necessidades individuais.

Contudo, é vital reconhecer que investimentos isolados em bem-estar, como terapia, academias, yoga e outras atividades downstream, não são suficientes por si só. Sem um programa upstream robusto de desenvolvimento de liderança, que prepare os líderes com as dimensões necessárias de liderança, comportamentos, marcadores de sucesso e estilos adaptativos para responder aos desafios contemporâneos, esses investimentos downstream podem se tornar infrutíferos. Os colaboradores podem muito bem receber terapias e participar de atividades de bem-estar, mas se retornarem ao mesmo ambiente de trabalho, com a mesma cultura e líderes despreparados, os problemas de saúde mental inevitavelmente persistirão.

Portanto, a abordagem mais eficaz e sustentável é uma que integra ambos: investimentos downstream que apoiam o bem-estar dos funcionários e programas upstream que transformam a cultura do local de trabalho através da liderança capacitada. Só então podemos começar a ver melhorias significativas na crise de saúde mental que permeia o ambiente de trabalho moderno.

Carlos Aldan

 

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  • Marketing Kronberg

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