Em uma realidade de negócios onde a agilidade e eficiência são valorizadas acima de tudo, muitas vezes negligenciamos um aspecto fundamental do mundo empresarial: o bem-estar de nossos colaboradores. Uma pesquisa da Harvard Extension School demonstra a importância do bem-estar dos colaboradores apontando que quando o bem-estar é baixo, a produtividade, a retenção e o recrutamento sofrem, impactando negativamente a lucratividade da empresa.

Os efeitos do esgotamento profissional, ou burnout, são particularmente preocupantes. A American Psychological Association define o burnout como uma síndrome relacionada ao estresse crônico no trabalho, que envolve exaustão emocional contínua e um sentimento de inadequação. Isso se manifesta quando são sobrecarregados e pressionados a atingir metas corporativas irreais, quando têm a percepção de falta de controle, de autonomia, de equidade e sentem que não recebem reconhecimento e recompensa compatíveis com seu trabalho e resultados para a empresa, impactando negativamente na saúde, satisfação no trabalho e desempenho.

A solução para combater esta realidade que afeta um percentual crescente da força de trabalho reside no engajamento da força de trabalho. Empresas que investem na formação diferenciada de seus líderes e nos colaboradores, têm um nível de engajamento maior, e consequentemente índices menores de absenteísmo e turnover de pessoas, maiores níveis de satisfação do cliente e maior lucratividade.

Pesquisas da Gallup, desde 1997, estabelecem uma relação clara entre o engajamento dos funcionários e melhorias em indicadores de desempenho empresarial. Empresas com equipes engajadas registram reduções significativas em absenteísmo (81%), incidentes de segurança (64%) e problemas de qualidade (41%), além de um aumento de 10% na lealdade do cliente e 23% na lucratividade. Elas também exibem maior ganho por ação (EPS) e demonstram uma recuperação mais rápida de recessões econômicas. Além disso, equipes menos engajadas têm taxas de rotatividade entre 18% e 43% mais altas, reafirmando a importância do engajamento para a retenção de funcionários.

No entanto, um repertório pobre e inadequado de estilos de liderança pode prejudicar de forma significativa o bem-estar dos funcionários. Gestores que ignoram problemas no trabalho e em casa, fazem demandas irracionais e não colaboram com suas equipes podem levar ao esgotamento, falta de engajamento e baixo bem-estar dos colaboradores.

Para apoiar o bem-estar dos colaboradores, é crucial treinar os gestores para serem líderes inspiradores, atenciosos e compassivos. Uma comunicação aberta sobre saúde mental é fundamental, especialmente considerando o nível de ansiedade e depressão, particularmente entre as gerações mais jovens. Além disso, programas de bem-estar no trabalho que incluem intervenções preventivas de transtornos mentais associadas à preparação dos gestores para liderarem o programa de saúde mental e bem-estar internamente, sendo um exemplo de autocuidado e apoio emocional aos seus times, relatam uma diminuição no absenteísmo e aumento de produtividade.

Como líderes, o desafio é o de equilibrar a demanda por resultados com a necessidade de criar um ambiente de trabalho onde os colaboradores se sintam apoiados, valorizados e engajados. Ao priorizar o bem-estar da força de trabalho, não só promovemos um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, mas também cultivamos um espaço onde a inovação e a fidelização de clientes podem florescer.

Carlos Aldan

E para quem se aprofundar:

  • Harvard Extension School. (n.d.). 6 Management Tips for Supporting Employee Wellbeing at Work. Retrieved from Harvard Extension School.
  • American Psychological Association. (n.d.). Occupational burnout. Retrieved from APA.

 

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