Setembro Amarelo é mais do que uma campanha de prevenção ao suicídio. No mundo corporativo atual, ele se torna um convite urgente à reflexão: como estão as condições emocionais dentro das empresas? O que está adoecendo – silenciosamente – nossos colaboradores e líderes?
Falar sobre saúde emocional no trabalho não é mais um diferencial. É uma necessidade estratégica. Especialmente em um momento em que empresas definem seus orçamentos e prioridades para 2026. Este é o tempo certo para repensar não apenas os sintomas do adoecimento mental, mas suas causas organizacionais.
O peso invisível: o que realmente está sobrecarregando os colaboradores?
Muitos líderes ainda acreditam que o principal fator de desgaste é a pressão por resultados. Mas pesquisas mais recentes indicam que não são as metas que mais pesam e sim a forma como se trabalha para atingi-las.
O que realmente está gerando sofrimento emocional dentro das empresas inclui:
- Falta de escuta ativa e reconhecimento
- Ambientes tóxicos, onde impera a desconfiança e o medo
- Lideranças despreparadas para lidar com emoções e conflitos
- Insegurança psicológica, onde errar é perigoso e expor-se é arriscado
- Falta de propósito e pertencimento
São fatores silenciosos, mas poderosos. Eles não aparecem nos dashboards, mas estão diretamente conectados aos índices de turnover, absenteísmo, burnout e queda de produtividade.
Impactos organizacionais: o custo invisível do adoecimento emocional
O burnout, agora classificado como condição ocupacional pela OMS, segue entre os principais motivos de afastamento do trabalho no Brasil. E o custo disso vai muito além das ausências.
Segundo dados recentes da Gallup (2025):
- Colaboradores emocionalmente esgotados têm 2,6 vezes mais chances de faltar ao trabalho
- Empresas com clima emocional negativo apresentam até 63% menos engajamento
- O risco de perda de talentos aumenta em 50% em ambientes tóxicos
Mas não se trata apenas de evitar perdas. Ambientes emocionalmente saudáveis geram ganhos concretos:
- Organizações que investem em bem-estar emocional têm 21% mais lucratividade e 17% mais produtividade
- Equipes com segurança psicológica são 5 vezes mais inovadoras
- Empresas com práticas consistentes de escuta ativa têm retenção de talentos 3x superior
(Fontes: Gallup, Harvard Business Review, Deloitte – 2024/2025)
Empresas que negligenciam a saúde emocional no trabalho estão comprometendo seu desempenho, sua reputação e sua capacidade de atrair e reter talentos.
O papel do RH: quem apoia quem cuida?
Profissionais de RH vivem um paradoxo: são os responsáveis por promover o bem-estar organizacional, mas muitas vezes não recebem o apoio necessário para cuidar de si e de suas equipes.
Sem recursos, sem ferramentas adequadas e com uma liderança muitas vezes distante, o RH acaba acumulando responsabilidades que exigem mais do que boa vontade, exigem estrutura, estratégia e alianças reais com os decisores.
Para transformar o cenário, o RH precisa deixar de ser o bombeiro emocional da organização e tornar-se um articulador de cultura e clima emocional saudável, com o suporte adequado da alta liderança e de parceiros especialistas.
Como aliviar esse fardo: cultura, liderança e tecnologia a serviço da saúde emocional
A boa notícia é que é possível mudar esse cenário e os caminhos já são conhecidos e validados.
1. Liderança empática: o antídoto organizacional
Capacitar líderes para exercer uma gestão mais empática, com escuta ativa, clareza e segurança psicológica, é uma das estratégias mais efetivas para a prevenção do adoecimento emocional.
Empresas que investiram em programas de desenvolvimento de líderes com foco em saúde emocional relataram:
- Redução de 45% em indicadores de estresse crônico
- Aumento de até 60% no índice de satisfação interna (eNPS – employee Net Promoter Score)
- Melhoria nas entregas e na qualidade dos relacionamentos de equipe
Importante: cuidar da saúde emocional não significa leniência com mau comportamento ou falta de produtividade.
Liderança emocionalmente competente é aquela que acolhe e escuta, mas também cobra com clareza, dá direção e corrige com respeito.
Cuidar bem não é deixar tudo passar, é criar um ambiente onde as pessoas possam dar o seu melhor com integridade.
2. Diagnóstico contínuo de clima emocional com tecnologia
Mais do que pesquisas de clima pontuais, hoje as empresas têm acesso a soluções baseadas em inteligência artificial que analisam dados de comunicação interna e indicadores comportamentais para mapear:
- Sinais precoces de estresse emocional
- Ambientes e líderes de alto ou baixo impacto emocional
- Gaps de cultura e engajamento
As soluções da Kronberg, por exemplo, permitem que o RH tenha um raio-x emocional da organização em tempo real, orientando ações assertivas com base em dados concretos e não achismos.
3. Cultura organizacional saudável: o verdadeiro fator de prevenção
Campanhas como o Setembro Amarelo têm seu valor, mas não substituem a construção de uma cultura onde o cuidado seja cotidiano, e não emergencial.
Investir em cultura é investir em:
- Segurança psicológica
- Relações de confiança
- Sentido de pertencimento
- Lideranças conscientes
- Ambientes emocionalmente sustentáveis
E cultura se constrói com intenção, estratégia e apoio especializado.
Conclusão: prevenir é transformar e o momento é agora
O que mais pesa no ambiente de trabalho, muitas vezes, é aquilo que não se fala. E é exatamente isso que precisa ser enfrentado com coragem, consciência e ação.
Setembro Amarelo nos lembra que a prevenção começa muito antes do colapso, começa na forma como as empresas decidem cuidar das pessoas todos os dias. Começa em como tratamos uns aos outros. Começa em como lideramos.
Se você é CEO, C-Level ou RH, este é o momento de decidir:
🔹 Que cultura sua empresa quer sustentar em 2026?
🔹 Que tipo de liderança será valorizada?
🔹 Que ambientes vocês desejam criar?
Quer aprofundar essa conversa dentro da sua organização?
A Kronberg apoia empresas que desejam evoluir sua cultura, fortalecer lideranças e promover saúde emocional de forma sistêmica e sustentável.
Explore mais reflexões em nosso blog ou converse com nosso time sobre como transformar o ambiente de trabalho em um espaço emocionalmente saudável e estratégico.
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