por Carlos Aldan
À medida que o último trimestre de 2025 avança, a maioria das grandes organizações já está mergulhada no planejamento estratégico para 2026. As planilhas se multiplicam, os cenários macroeconômicos são simulados, os orçamentos refinados.
Mas, em meio a tanto cálculo, projeção e benchmark, um risco silencioso ronda conselhos e comitês de gestão: ignorar os fatores intangíveis que, paradoxalmente, são os maiores determinantes dos resultados.
Com mais de duas décadas de atuação no desenvolvimento de culturas de alta performance e saúde organizacional, o Grupo Kronberg tem observado, com dados e vivência, que os melhores planejamentos não são os mais completos no Excel, mas os mais conscientes das variáveis humanas que sustentam a execução.
A seguir, compartilhamos sete elementos invisíveis (mas decisivos) que precisam entrar na pauta estratégica de 2026.
- O capital emocional como indicador financeiro
A saúde emocional das pessoas já é, há tempos, uma variável de alto impacto nos principais indicadores de negócio: produtividade, turnover, absenteísmo e inovação.
A questão não é mais “se” devemos medir isso, mas “como”. Já existem métricas confiáveis que conectam engajamento emocional a resultados de receita e margem operacional. O ROI da emoção, antes classificado como “soft”, agora é linha dura no planejamento estratégico.
- Cultura organizacional como driver de resiliência
Os cenários de 2026 seguem marcados por incertezas: geopolítica volátil, transição energética, aceleração da inteligência artificial e impactos crescentes da crise climática.
Embora planos de contingência sejam necessários, apenas culturas organizacionais adaptativas conseguem responder em tempo real. E isso exige intencionalidade.
Pergunte-se:
“O que temos feito para cultivar segurança psicológica, confiança e colaboração entre diferentes gerações?”
Essa resposta vale mais que muitos pontos percentuais de market share.
- A matemática invisível dos comportamentos
Todo orçamento é construído sobre hipóteses: aumento de vendas, redução de custos, estabilidade cambial. O problema? Essas hipóteses muitas vezes desconsideram o fator humano.
Equipes que não confiam entre si, líderes que evitam conversas difíceis ou profissionais cronicamente exaustos não entregarão as metas, independentemente da planilha ou metodologia utilizada.
Sem alinhar os comportamentos esperados à estratégia, o plano já nasce vulnerável.
- O ambiente como ativo estratégico
Ambiente vai além de ESG. O microambiente organizacional, físico ou digital, impacta diretamente a concentração, criatividade e cooperação entre pessoas.
Empresas fazem planejamento global de supply chain, mas raramente analisam como o espaço de trabalho afeta o desempenho diário.
Aqui, pequenos ajustes podem trazer grandes retornos: iluminação, ergonomia, arquitetura digital, nível de ruído, canais de comunicação. Tudo comunica e tudo influencia.
- Narrativas organizacionais que integram emoção e estratégia
Toda estratégia é uma história: de onde viemos, onde estamos, para onde vamos.
O problema é que, em muitas empresas, a narrativa está fragmentada. Executivos falam em rentabilidade. RH, em engajamento. Inovação, em disrupção. E a base operacional, muitas vezes, não vê sentido em nada disso.
O plano de 2026 precisa ser uma narrativa coerente e inspiradora, capaz de alinhar emoção e racionalidade em todos os níveis da organização.
- Inteligência emocional como tecnologia de execução
Enquanto o mundo corporativo discute IA, a IE: Inteligência Emocional, segue sendo o verdadeiro motor da execução estratégica.
Empresas que mapeiam, desenvolvem e integram competências emocionais em suas lideranças e times colhem resultados tangíveis:
- Decisões mais conscientes
- Menos conflitos improdutivos
- Maior resiliência frente a crises
- Aumento da confiança e da colaboração
Em outras palavras: a inteligência emocional é o algoritmo humano que transforma planejamento em resultado.
- A pergunta que ninguém faz
No meio de dashboards, OKRs e KPIs, falta uma pergunta essencial:
“Estamos cuidando da empresa com a mesma intensidade com que cuidamos das pessoas e vice-versa?”
Quando um dos lados é negligenciado, o planejamento desmorona. Equilíbrio não é filosofia: é prática de governança e de sobrevivência.
Conclusão: o que realmente decide o jogo em 2026
Planos estratégicos não fracassam por falta de números, mas por miopia em relação às variáveis invisíveis: pessoas, cultura, ambiente, comportamentos e narrativas.
Organizações que souberem enxergar essas forças intangíveis como ativos estratégicos e não como temas periféricos, terão uma vantagem real em 2026.
Na Kronberg, ajudamos empresas a planejar com consciência estratégica e humana, integrando performance e saúde organizacional em todas as etapas da execução.
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