A pandemia certamente acelerou a consciência das pessoas e organizações sobre a importância da inteligência emocional (IE) e criou um maior senso de urgência para o seu desenvolvimento para lidar com os riscos e consequências desta pandemia. Portanto, a IE ganhou novo peso no contexto da pandemia.

No entanto, a IE já era uma competência indispensável para promovermos melhores resultados na vida como eficácia, influência, tomada de decisões, relacionamentos, qualidade de vida e bem estar. Vejamos porquê. O crescimento exponencial da tecnologia que se inicia em 1956 com a invenção do primeiro microchip, hoje promove um crescimento acelerado em todas as áreas da humanidade. O conhecimento se dobra a cada 12 meses em média e a cada três meses no específico. Ao mesmo tempo que o crescimento exponencial da tecnologia traz avanços significativos na medicina, na biotecnologia, nos transportes, na forma como nos comunicamos, namoramos, nos relacionamos, compramos e vendemos, etc; este gera também um desconforto emocional que assume proporções desde as mais leves, como ansiedade e estresse altos; até transtornos mais sérios como o Burnout, que já atingia 70% da população no ambiente de trabalho antes da pandemia; à depressão e suicídio.

Além disso, a tecnologia e a forma de trabalhar em constante mudança vêm impactando os empregos e as habilidades necessárias que os profissionais precisam para manter a empregabilidade. As previsões são de que pelo menos 14% da força de trabalho global (World Economic Forum, 2020), algo em torno de 400 milhões de pessoas, terão que mudar de profissão ou adquirir novas habilidades ate 2030 por causa da inteligência artificial e automação. Essas transformações com impacto financeiro e existencial na vida das pessoas, já geravam medo, ansiedade, preocupação, incerteza, angústia e tristeza antes do novo coronavírus. Estas emoções são os principais determinantes de conflitos tanto interiores como no trabalho, em casa e na sociedade.

E a maioria das pessoas não possuem ferramentas que as ajudem a lidar com conflitos e mudanças nesta velocidade. A mudança, que em decorrência dessa aceleração, assume características nunca antes experimentada pela humanidade ao mesmo tempo e com tanta intensidade, se torna: pervasiva (atinge todos os domínios da vida), permanente e exponencial.

A IE possui ferramentas eficazes para aumentar nossa tolerância à incertezas e mudanças de forma que possamos lidar melhor com conflitos de toda ordem, proteger nossa saúde mental, nos adaptar, inovar e prosperar em ambientes implacavelmente incertos, desconhecidos e ambíguos. Empatia, confiança e um foco no autocuidado no bem-estar e apoio emocional para a força de trabalho são marcadores de sucesso de liderança nesse contexto de início de século XXI e de pandemia. A IE é a força subjacente desses marcadores de sucesso.

Pesquisas feitas pela Kronberg com mais de 13.000 pessoas de maio de 2020 até agora, indicam que a principal emoção experimentada por estes participantes tem sido a ansiedade, seguida por incerteza, medo, angústia, tristeza e saudade. Portanto, o estilo de liderança focado na empatia e apoio emocional serão continuadamente esperados pela maioria dos trabalhadores. Uma dica que damos é a de prestar atenção no que as pessoas dizem para você sobre
você. Em especial as pessoas mais próximas. Peça feedback sempre de pares, subordinados e líderes. O feedback é fundamental para desenvolvermos a autoconsciência e adquirirmos o mindset de aprendizagem contínua.

As pessoas com baixa IE geralmente se vitimizam, são pessimistas quanto ao futuro e desistem facilmente de procurar se adaptar e inovar diante de desafios dramáticos como esse que enfrentamos desde março de 2020. Procuram por notícias e versões da realidade que reforcem suas crenças ao invés de desenvolver um mindset de
crescimento e novas competências que lhes permitam se adaptar e se reinventar no novo futuro de possibilidades. Irritam-se facilmente, são reativas, reclamam o tempo todo, reagem com impulsividade, esperam passivamente pelos acontecimentos.

As pessoas com mais IE confrontam a realidade nua crua sem perder a convicção que vão triunfar no final, nutrem o otimismo realista, possuem alta motivação intrínseca e empatia. São propositadas, fazem o que fazem por algo maior e não pelo ego, pelo status e carreira. Permanecem calmas em situações de perigo, de tensão e estresse, mantêm-se positivas e tranquilas mesmo em condições difíceis e calamitosas. Agem ao invés de esperar. A IE nos ajuda a detectar um propósito na vida e ressignificar, interpretar este momento dramático de pandemia, de maneira que possamos dizer sim para a vida, com positividade e esperança, apesar de tudo!

  • Compartilhe:
  • Marketing Kronberg

Newsletter

Inscreva-se para receber nossos conteúdos e novidades