Uma reflexão sobre liderança sustentável e inteligência emocional no mundo corporativo moderno
Resumo Executivo: Em um recente estudo de caso publicado pela Harvard Business Review (Janeiro-Fevereiro 2025), acompanhamos a história de Alex Reinhardt, CEO contratado para recuperar uma empresa de energia renovável que havia sido resgatada da falência pelo governo alemão. Após um período de intenso trabalho e pressão, Alex sofreu um colapso por esgotamento e precisou se afastar. O caso levanta questões fundamentais sobre liderança sustentável, saúde mental executiva e o papel da inteligência emocional no ambiente corporativo moderno.
Os Números que Alarmam: Os dados recentes sobre a saúde mental de CEOs são preocupantes. Segundo o Wall Street Journal, mais de 1.900 CEOs deixaram seus cargos no último ano nos EUA, com um número recorde de 19 falecimentos durante o exercício da função. Um estudo da Deloitte revelou que 82% dos CEOs norte-americanos, canadenses e europeus experimentaram exaustão, e destes, 96% relataram declínio em sua saúde mental. Embora exista progresso – com 54% dos profissionais afirmando que a saúde mental é priorizada em suas empresas (um aumento em relação aos 41% de 2019) – ainda há muito trabalho a ser feito nesta área.
Para ler o estudo de caso completo na HBRacesse aqui.
No Mundo em Desordem”, vivemos em uma era de transformações sem precedentes, onde a capacidade de gerenciar nossas emoções e energia se torna tão crucial quanto a competência técnica. O caso de Alex Reinhardt ilustra perfeitamente este desafio.
O que mais me chama atenção neste caso é como ele exemplifica o que chamo de “paradoxo do desempenho” – situação em que a busca implacável por resultados acaba comprometendo justamente a capacidade de alcançá-los de forma sustentável.
Nos meus mais de 20 anos de experiência desenvolvendo lideranças no Brasil, Estados Unidos e Europa, tenho observado um padrão preocupante de executivos que, assim como Alex, confundem intensidade com eficácia.
Minha Posição:Após analisar cuidadosamente este caso e baseado na metodologia que desenvolvemos na Kronberg, gostaria de oferecer uma perspectiva complementar às análises dos outros dois especialistas consultados pela HBR. Minha abordagem integra elementos práticos da inteligência emocional que podem enriquecer as soluções propostas.
Proponho uma abordagem em três dimensões:
- Reintegração Estruturada com Medição de IE: Diferentemente das sugestões mais generalistas apresentadas, defendo que Alex deve retornar ao cargo, mas apenas após passar por nossa avaliação completa de Inteligência Emocional. Como detalho no Capítulo 4 do meu livro, esta avaliação mensura as oito competências emocionais essenciais para uma liderança sustentável. O resultado desta avaliação serviria como base para um plano de desenvolvimento personalizado.
- Transformação Sistêmica: O caso de Alex não é apenas individual – é um sintoma de uma cultura organizacional que precisa ser transformada. Baseado no que discuto no Capítulo 8 do meu livro sobre consciência social, recomendo a implementação de um programa abrangente de desenvolvimento de IE para toda a liderança sênior, não apenas para Alex.
- Monitoramento Contínuo: Como explico no Capítulo 5 sobre equilíbrio emocional, proponho a implementação do nosso sistema de “Mapeamento Diário de Emoções” para toda a equipe executiva. Esta ferramenta, que tem se mostrado extremamente eficaz em minha experiência com CEOs, permite identificar precocemente sinais de esgotamento e desequilíbrio emocional.
- Medição Integrada dos Fatores de Sucesso: Nossa metodologia na Kronberg vai além das métricas tradicionais de desempenho corporativo. Como detalho no Capítulo 12 do meu livro, mensuramos quatro fatores cruciais de sucesso: bem-estar, desempenho, relacionamentos interpessoais e qualidade de vida. No caso de Alex, seria fundamental estabelecer um baseline desses indicadores e monitorar sua evolução ao longo do tempo. Por exemplo, o fator ‘bem-estar’ inclui medidas específicas de equilíbrio e saúde que poderiam ter identificado sinais precoces de esgotamento. Da mesma forma, o fator ‘relacionamentos interpessoais’ poderia indicar eventuais tensões na dinâmica com a equipe antes que estas se tornassem críticas. Esta abordagem mais holística permite uma visão mais completa e preventiva da saúde organizacional.
Plano de Ação Imediato:
- Realizar assessment completo de IE com Alex e equipe executiva
- Implementar programa de coaching baseado em IE com acompanhamento semanal
- Estabelecer métricas claras de bem-estar emocional junto com as métricas de performance
- Criar um comitê de bem-estar organizacional com representação no conselho
O Diferencial da Minha Abordagem: O que diferencia minha recomendação é a combinação de rigor metodológico com praticidade. Não se trata apenas de dar tempo para Alex se recuperar ou de implementar medidas superficiais de bem-estar. É uma transformação profunda na maneira como a organização entende e pratica liderança.
Em tempos de mudanças exponenciais e pressões crescentes, a inteligência emocional não é apenas mais uma competência desejável – é a diferença entre sucesso sustentável e colapso. Como demonstro em meu livro através de diversos casos práticos, organizações que implementam esta abordagem veem melhorias significativas não apenas no bem-estar de seus líderes, mas também em seus resultados.
Se você deseja aprofundar sua compreensão sobre como desenvolver uma liderança mais sustentável e emocionalmente inteligente, convido você a conhecer o trabalho da Kronberg e a ler meu livro“Prospere com Inteligência Emocional No Mundo em Desordem” – Acesse aqui.
O que você pensa sobre este caso? Se fosse consultado pela HBR, qual seria sua opinião sobre como lidar com a situação do Alex? Como sua organização lida com a saúde mental dos líderes? Compartilhe suas reflexões nos comentários.
Por Carlos Aldan
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